Eu sou santo


Eu sou santo
Soa bastante estranho aos meus ouvidos afirmar que eu sousanto. Aliás, posso ser mal interpretado como prepotente, leviano, insensato, sem seriedade e digno de ser repreendido. Sendo bastante honesto, ao fazer um balanço de meus pensamentos, olhares, palavras e atitudes, por exemplo, percebo que existe muita coisa boa que Cristo já tem feito em mim, mas muitas coisas, definitivamente, não vem do coração de Deus. Como poderia dizer que sou santo?
Precisamos compreender que existem dois principais pensamentos que influenciam a maneira de enxergar e medir nossa “santidade”. O primeiro através da lei e o segundo através da graça.
Pensar pela lei significa avaliar a vida através de nossos atos de justiça, nossos esforços para cumprir o que é correto aos olhos de Deus, nossa capacidade de obedecer todos os preceitos que se esperam de uma pessoa “santa”. Não precisa ser muito inteligente, mas basta ser um pouco sincero para logo perceber que esse critério nos condena facilmente. Quem, em sã consciência, poderia afirmar que nunca erra? Por isso, o sábio concluiu que “não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” (Eclesiastes 7.20). O profeta foi além e declarou que “todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Isaías 64.6). O apóstolo escreveu que “se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1 João 1.8).
Pensar pela graça nos leva a entender que fomos feitos santos não por nossos próprios atos, mas tão somente através da justiça do Senhor. De fato, “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5.25b-27). Outro autor bíblico compreendeu que, “se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hebreus 9.13,14; 10.14).
Mas, porque Jesus me justificou e santificou através de sua graça, vamos continuar pecando porque não somos mais controlados pela lei, mas pela graça de Deus? É claro que não! (Romanos 6.15) Ao contrário, somos convidados a andar pela graça. Por causa da ação de Cristo, o pecado não mais tem domínio sobre mim (Romanos 6.12-14). Porque não mais sou escravo do pecado, em Cristo posso decidir por uma vida de consagração do meu corpo, pensamento, palavras e atitudes. Aliás, “sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado” (1 João 5.18a). Nosso comportamento não é o que nos mantém na presença do Pai, mas porque estamos na presença do Pai é que teremos um comportamento transformado. O comportamento não é a causa da santidade, mas sua consequência. “Meus filhinhos, escrevo isso a vocês para que não pequem. Porém, se alguém pecar, temos Jesus Cristo, que faz o que é correto; ele nos defende diante do Pai” (1 João 2.1 – NTLH).
Decididamente é assim que Deus me vê: santificado em Cristo Jesus.
Não somos o que outros dizem de nós, nem o que pensamos a nosso próprio respeito. Somos o que Deus pensa de nós. É libertador olhar para nossas vidas através do olhar do próprio Deus. Em Cristo posso dizer em alto e bom tom: eu sou santo!
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